O festival que bateu recorde de inscrições na Mostra Oficial, com 182 propostas vindas de 17 estados brasileiros foi criado em 2012 pelo diretor e dramaturgo Paulo Atto, o FITCaatinga consolida-se como um projeto transformador que leva o teatro para onde ele muitas vezes não chega: o semiárido baiano. Em 2025, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura via Política Nacional Aldir Blanc Bahia (PNAB), e do Ministério da Cultura – Governo Federal, o festival chega com a força de quem faz do sertão um lugar de intercâmbio, diversidade e resistência artística.

Pela primeira vez no interior da Bahia, o lendário Eugenio Barba, fundador do Odin Teatret (Dinamarca) e criador da Antropologia Teatral, virá ao Brasil para conduzir uma masterclass exclusiva ao lado da atriz e diretora Julia Varley. A atividade é destinada a profissionais da cena residentes na Bahia e promete ser um mergulho em dramaturgia, direção e processos criativos, a partir da rica trajetória do Odin. Outro momento especial será o seminário “Teatro Fórum: A arte de inter-agir”, com Rui Frati, diretor do Centro do Teatro do Oprimido de Paris (criado por Augusto Boal) e Leo Frati. Reconhecido internacionalmente como um dos maiores difusores do Teatro do Oprimido, Rui compartilha sua experiência com a metodologia que revolucionou o teatro político e participativo no mundo. 

Entre os destaques está "A Língua em Pedaços", com Joca Andreazza e Ana Cecília Costa – atriz baiana conhecida por suas atuações na TV e recentemente vista como a personagem Morena na novela Renascer; "Surf no Caos", monólogo de Rita Assemany com texto de Aninha Franco; "Compaixão", espetáculo inédito no Brasil do Odin Teatret, com Julia Varley sob direção de Barba; O premiado espetáculo "Paradjanov", do grupo português ASTA.; performance poética "O Regresso", do ator espanhol Luiz Jimenez, radicado em Paris e a estreia do novo espetáculo do grupo residente Núcleo Caatinga "Caetés, o Silêncio e outros Ramos", com Karen Rodrigues, Pablo Maia e Robério Souza, e direção de Paulo Atto.

As apresentações acontecem nos principais espaços culturais de Irecê, como o Teatro Ataídes Ribeiro e o Cineteatro da Praça CEU, e se expandem para os municípios de João Dourado (Praça Zezé França e Teatro Raul Seixas) e Ibititá (Praça Alto da Estrela). Em Irecê, também haverá ações na comunidade quilombola Baixão do Zé Preto e nas localidades de Meia Hora e Angical, sempre priorizando o acesso de crianças, mulheres e idosos.