O cantor e pesquisador Carlos Barros apresenta espetáculo Feitos na Bahia: As Canções Ancestrais de Maria Bethânia em homenagem à intérprete que transformou a canção brasileira em território de poesia, ancestralidade e força interpretativa desde sua estreia no lendário palco do Teatro Opinião, em fevereiro de 1965, no próximo dia 22, às 20h, no Teatro SESC Casa do Comércio, em Salvador. 

O show mergulha no universo poético, cultural e religioso que atravessa a obra da artista. Com direção artística e curadoria musical assinadas por Carlos Barros, o espetáculo costura um repertório cuidadosamente selecionado, onde o canto de Bethânia ecoa como reza, louvação, manifesto e memória viva da identidade brasileira. “Bethânia está no palco há sessenta anos! Sua voz ilumina o Brasil desde então e ela nos ensina o poder do timbre, da interpretação e das palavras cantadas com vigor. Aprendamos”, afirma Carlos Barros.

No palco, Barros será acompanhado pelos músicos Roberval Santos (violão), Ito Araújo e Nelson Pena (percussões) e Sandro Andrade (teclados), além de contar com as participações especiais de Sandra Simões, Vércio e Harlei Eduardo, que se juntam ao cantor em momentos emocionantes da apresentação.  Em 2006, quando a artista completou 60 anos de idade, Carlos Barros realizou um show em sua cidade natal, Santo Amaro da Purificação, celebrando a trajetória da conterrânea ilustre. Em 2010, participou da abertura do Congresso sobre a arte de Maria Bethânia, realizado em Salvador. Além disso, é autor de uma pesquisa e livro sobre os Doces Bárbaros, lançado em 2015.

Agora, ele volta a se debruçar sobre o legado de Bethânia, desta vez com foco nas canções ancestrais que atravessam sua obra — músicas que reverberam heranças africanas, espiritualidade, força feminina e brasilidade profunda, exaltando o poder da palavra e da interpretação. O show é também um convite à escuta sensível, à reverência aos saberes populares e à permanência da artista como referência de expressão e resistência cultural. O repertório navega por composições de autores como Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Djavan, Chico Buarque, Gilberto Gil, Roque Ferreira, Roberto Mendes, além de pontos de tradição oral e sambas afro-baianos. É um tributo em forma de canto à voz que, há seis décadas, ecoa como farol na música brasileira.