Performance denuncia o apagamento das artes cênicas
- 22/07/2025
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Sangra elefante branco ou “F*da-se, a quem importa o nome se de qualquer maneira vamos queima-lo tudo?!”
Hoje, às 15h30, o estacionamento da Escola de Teatro da UFBA, no bairro do Canela (SSA-BA), será o ponto de partida para a performance FARPAS: Sangra elefante branco ou “F*da-se, a quem importa o nome se de qualquer maneira vamos queima-lo tudo?!” — um grito coletivo contra o apagamento das artes cênicas e o abandono sistemático da cultura no Brasil, especialmente em Salvador. Inspirada na contracultura baiana e na filosofia artística de Jayme Fygura, a ação performática traz à tona uma denúncia urgente: o esquecimento da dança e do teatro como direitos culturais e sociais. Entre as motivações centrais estão dois marcos de violência simbólica: a exclusão das linguagens cênicas da Prova Nacional Docente (PND) 2025, pelo MEC e INEP, e o abandono há mais de 13 anos do prédio inacabado da Escola de Teatro da UFBA, símbolo do sucateamento e negligência com o fazer artístico.
Na performance, um cortejo de performers — aqui chamados de “Fyguras” — ocupa o antigo quarteirão das artes, passando por espaços emblemáticos como a Reitoria da UFBA, a antiga Residência Estudantil Feminina, a Fundação Cultural do Estado da Bahia e a Escola de Belas Artes. Durante o trajeto, lambe-lambes em formato de jornais serão colados como forma de intervenção crítica e poética. A jornada culmina no esqueleto do “elefante branco” da ETUFBA, onde as Fyguras realizarão um ritual de denúncia usando fogo (com advertência), pedras e palavras.
FARPAS é mais do que uma performance: é uma insurgência artística. Um corpo coletivo que, ao estilo punk e anárquico, reivindica a arte como ferramenta de resistência, como espaço de presença e como direito. Ao evocar Jayme Fygura — artista marginal, radical e precursor de uma arte viva nas ruas —, a ação reafirma a potência da criação frente à negligência institucional. Este é um chamado à comunidade artística e à sociedade civil: não é apenas a estrutura física que sangra, mas também a memória, os corpos e os saberes cênicos constantemente deixados à margem. Com arte, suor e presença, as Fyguras gritam: Sangra, elefante branco, sangra para te libertar das farpas de uma cultura agonizante.
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