Na Bahia, apenas 33% dos bares e restaurantes operaram com lucro em maio de 2025, de acordo com levantamento da Abrasel realizado entre os dias 23 de junho e 1º de julho. O dado contrasta com a média nacional, que registrou 41% de empresas no azul no mesmo período. No estado, 38% das empresas informaram prejuízo e 26% relataram estabilidade. Outros 3% ainda não existiam em maio. A inflação é citada como um dos principais entraves para a recuperação do setor. Segundo a pesquisa, 38% dos estabelecimentos baianos não conseguiram reajustar seus preços nos últimos 12 meses. Outros 58% aplicaram aumentos abaixo ou conforme a inflação, enquanto apenas 4% reajustaram acima.

O presidente da Abrasel na Bahia, Leandro Menezes, afirma que o cenário preocupa: “A inflação segue como um dos maiores desafios do segmento. Além de acabar com a margem de lucro dos bares e restaurantes, corrói o poder de compra dos consumidores”. Outro ponto crítico é o endividamento: 42% das empresas da Bahia têm pagamentos em atraso, principalmente impostos federais (91%), estaduais (61%) e encargos trabalhistas ou previdenciários (42%).

No cenário nacional, o percentual de empresas em prejuízo caiu para 18%, o menor desde dezembro de 2024. Ainda assim, 37% das empresas do país declararam ter dívidas em atraso. A dificuldade de repassar custos aos clientes também persiste: 35% dos empreendedores não conseguiram reajustar os cardápios no último ano, enquanto o IPCA acumulado da alimentação fora do domicílio foi de 7,70% no período. Para a Abrasel, a leve melhora nacional pode estar ligada ao impacto positivo de datas como o Dia das Mães, mas os desafios continuam. “Mesmo com mais empresas no azul, a inflação segue como um fator de pressão sobre o setor”, conclui Paulo Solmucci, presidente-executivo da associação.