Em uma sessão marcada por emoção e unanimidade, a Câmara Municipal de Iará aprovou o projeto de lei que reconhece oficialmente o Beiju como Patrimônio Imaterial do Município. A proposta, de autoria do vereador Joelson Dantas, recebeu o apoio decisivo do presidente da Casa, vereador Jarrão, e dos demais parlamentares, com destaque para a vereadora Jacilene, representante das comunidades de Quebra Fogo e adjacências.

A conquista é resultado de uma longa articulação coletiva, protagonizada pela produtora cultural Bernadete Anunciação e pela fotógrafa Lucy Anunciação, idealizadoras do Festival Itinerante do Beiju, que há dez anos percorre comunidades rurais de Irará celebrando a cultura da mandioca, a gastronomia regional e os saberes tradicionais. Mais do que um evento gastronômico, o festival é espaço de resistência cultural e artística, com apresentações de cordel, música, fotografia, poesia e valorização da agricultura familiar.

O reconhecimento do Beiju como patrimônio imaterial representa a consagração de uma década de dedicação à preservação da memória, dos sabores e das práticas culturais que moldam a identidade do povo iraraense. A aprovação do projeto reafirma a importância dos saberes populares e do protagonismo das comunidades rurais na construção do presente e do futuro do município.

Em reunião estratégica, foi discutido o avanço do processo de reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) da Farinha de Irará, reunindo a equipe de pesquisadores da UFBA, liderada pela doutoranda Drª Andreia Alcântara, com participação das doutorandas Paula e Alber. O encontro teve como objetivo alinhar esforços para garantir o reconhecimento oficial da farinha como produto vinculado ao território e à identidade cultural local. O IG é uma ferramenta estratégica para fortalecer a economia e proteger saberes tradicionais, garantindo que a farinha de Irará seja reconhecida por sua qualidade, origem e história. Assim como o Festival do Beiju, o projeto do IG integra um conjunto de iniciativas que unem cultura, desenvolvimento sustentável e valorização das raízes do povo iraraense.