Gravidez após os 40 exige atenção redobrada à saúde da mulher

  • 23/06/2025
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Gravidez após os 40 exige atenção redobrada à saúde da mulher

Especialistas alertam para riscos como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e alterações genéticas, mas destacam que uma gestação saudável é possível com planejamento e acompanhamento


O desejo de postergar a maternidade é cada vez mais comum, e com ele cresce também a busca por informações seguras sobre gravidez em idades mais avançadas. A gestação após os 40 e até mesmo acima dos 50 anos requer uma atenção especial, não só pelos desafios naturais da idade, mas pela necessidade de uma preparação física, emocional e médica mais criteriosa. A ginecologista, especialista em reprodução humana e membro da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), Fabiana Barp explica que a idade materna é, sim, um fator de risco importante. “Com o avançar dos anos, aumentam as chances de desenvolver diabetes gestacional, doenças hipertensivas como pré-eclâmpsia, maior incidência de abortos espontâneos, placenta prévia e baixo peso ao nascimento. Além disso, é mais comum que o parto seja cesariana”, afirma.

Esses riscos, no entanto, podem ser significativamente reduzidos com hábitos saudáveis e acompanhamento especializado. “A paciente precisa manter uma rotina de exercícios físicos, alimentação equilibrada, controle de doenças pré-existentes e fazer um rastreio laboratorial completo antes da gestação. Isso inclui dosagens hormonais, avaliação da tireoide e verificação de eventuais deficiências vitamínicas”, completa a médica.Outro ponto que preocupa muitas mulheres acima dos 40 é o risco de alterações genéticas no bebê, como a síndrome de Down. “Recomendamos testes genéticos para pacientes a partir dos 37 anos, embora não seja obrigatório. Existem exames não invasivos, como os feitos por meio de coleta de sangue da mãe, que ajudam a avaliar possíveis síndromes”, explica Fabiana.

Doenças já existentes, como hipertensão e diabetes, exigem acompanhamento conjunto com especialistas de cada área. “Mesmo que a mulher já esteja sob controle medicamentoso, o risco de agravamento na gravidez existe e precisa ser monitorado. Em especial, o risco de desenvolver doenças específicas da gestação, como a pré-eclâmpsia, é maior em pacientes hipertensas”, alerta. Entre os cuidados fundamentais está também o rastreio por miomas e endometriose. “Miomas são tumores benignos que se tornam mais frequentes após os 40. Dependendo da localização, podem alterar o posicionamento do bebê, provocar partos prematuros e dificultar a implantação da placenta. É essencial avaliá-los antes da gestação”, explica.

Um dos temas que mais geram dúvidas no consultório, segundo a especialista, é a possível relação entre gravidez tardia e autismo. “Não temos como prever ou diagnosticar o autismo antes da gestação. O que sabemos é que a idade tanto da mulher quanto do homem pode ser um fator de risco. Por isso, a avaliação deve sempre incluir o casal”, conclui Fabiana.

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