Quando junho chega, os arraiais se multiplicam pelo Brasil, trazendo cores, sabores e tradições que encantam públicos de todas as idades. Entre bandeirinhas, quadrilhas e músicas típicas, um ingrediente ganha protagonismo nas mesas: o milho. Além de saboroso e nutritivo, também é fonte de energia, fibras e nutrientes essenciais. O grão é a base de inúmeras receitas tradicionais e possui variedades, cada uma com características únicas de sabor, textura e uso culinário. É versátil podendo ser usado em preparações doces e salgadas como curau, bolo de milho doce e salgado, milho assado e cozido; seja consumindo na própria espiga ou no prato e refogado na manteiga. Pensando nisso, Maira Viviani, nutricionista da rede Água Doce Sabores do Brasil, explica os principais tipos de milho disponíveis no mercado e como incorporá-los nas preparações típicas juninas de forma prática e saborosa.

Milho Verde: O mais popular entre os brasileiros, apresenta grãos firmes, ricos em amido e com textura consistente, sendo ideal para preparações como curau, pamonha, bolo de milho, milho cozido e tortas. Sua versatilidade e rendimento o tornam protagonista nas festas juninas e em receitas do dia a dia. Entre as receitas típicas de festas juninas, o milho verde pode ser utilizado no preparo de curau, pamonha, bolo, doce de milho verde cremoso, pudim, cocada e até mesmo sorvete e suco.

Milho Branco: Muito associado à canjica doce, tem grãos mais claros e sabor suave, que garantem uma base cremosa e adocicada para sobremesas com coco, leite condensado e especiarias como canela e cravo. É um clássico das celebrações juninas, especialmente no Sudeste e Nordeste. Este tipo é indicado para pratos como canjica doce, mungunzá salgado, mingau de milho branco ou arroz doce com canjica.

Milho de Pipoca: Com grãos pequenos e casca resistente, é a variedade que estoura sob o calor transformando no quitute típico da festa. Seja na versão salgada, doce ou caramelizada, a pipoca é presença obrigatória nos arraiais. Também traz uma lembrança afetiva em todas as famílias.

Milho Roxo: Ainda pouco explorado no Brasil, vem ganhando espaço na gastronomia regional por sua coloração vibrante e alto teor de antioxidantes naturais. Confere sofisticação às receitas e é ideal para preparações artesanais como bolos, cuscuz e até bebidas típicas, como a peruana chamada Chicha Morada. Refrescante é feita com milho roxo, abacaxi, maçã, canela, cravo e açúcar. É fervido com frutas e depois servido gelado com limão, sendo muito comum em festas tradicionais no Peru. Já a Mazamorra Morada é um doce cremoso parecido com um mingau, feito com o caldo do milho roxo, frutas secas, como ameixa ou damasco, maçã, canela e engrossado com amido de milho.

Milho Waxy: Menos conhecido do público geral, é bastante utilizado pela indústria alimentícia. De textura extremamente macia e alto teor de amilopectina, serve como base para espessantes, cremes e doces industrializados, muitos dos quais estão presentes nas festas juninas em versões prontas para consumo. O milho waxy não serve bem para receitas tradicionais brasileiras como pamonha, curau ou pipoca, já que seu uso é mais específico para pratos que se beneficiam de textura grudenta/viscosa, como em preparos orientais.