Dia Mundial do Autismo: A Importância do Diagnóstico Precoce e da Intervenção Multidisciplinar

  • 02/04/2025
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Dia Mundial do Autismo: A Importância do Diagnóstico Precoce e da Intervenção Multidisciplinar

Comemorado no dia 2 de abril, o Dia Mundial do Autismo tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), combater a discriminação e destacar a relevância do diagnóstico precoce e da intervenção multidisciplinar. O autismo, um transtorno do neurodesenvolvimento, pode afetar a comunicação, a interação social e o comportamento, e seu impacto pode ser significativamente reduzido com a identificação e o apoio adequados desde os primeiros sinais.

O TEA é caracterizado por dificuldades nas interações sociais, comportamentos repetitivos e interesses restritos. De acordo com o neurologista Flávio Sallem, "o autismo é um espectro, ou seja, pode se manifestar de formas muito diferentes de pessoa para pessoa". O diagnóstico do transtorno é geralmente feito durante a infância, com base em observações comportamentais e entrevistas com pais e cuidadores. No entanto, em alguns casos, especialmente no nível 1 de suporte, os sinais podem ser mais sutis, levando ao diagnóstico tardio, muitas vezes na vida adulta.

O TEA é classificado em três níveis de acordo com o grau de suporte necessário:

  • Nível 1: Requer apoio – dificuldades leves, mas perceptíveis nas interações sociais.
  • Nível 2: Requer apoio substancial – desafios mais evidentes na comunicação e no comportamento.
  • Nível 3: Requer apoio muito substancial – comprometimento severo na linguagem, na interação e na flexibilidade comportamental.

Embora os sinais de autismo sejam mais evidentes na infância, muitos adultos com o transtorno só recebem o diagnóstico mais tarde, especialmente aqueles com o grau 1 de suporte. Nesses casos, os sintomas podem ser mascarados por estratégias de adaptação social. "O autismo impacta a compreensão das sutilezas sociais, a fluência nas conversas, a adaptação a mudanças de rotina e a construção de vínculos afetivos", detalha o neurologista. A falta de diagnóstico e acompanhamento adequado pode levar a problemas como ansiedade, depressão e uma sensação de inadequação.

Embora o autismo não se agrave com o tempo sem intervenção médica, a ausência de suporte pode intensificar crises e aumentar a exclusão social. Crises podem ser provocadas por sobrecarga sensorial, emocional ou social, e pessoas com TEA de nível 1, embora enfrentem crises mais internas, podem vivenciar episódios de irritabilidade intensa, mutismo temporário ou ataques de ansiedade.

O neurologista enfatiza que o suporte à pessoa autista deve ser intersetorial, envolvendo diversas áreas para garantir um desenvolvimento pleno e inclusivo. Na saúde, é essencial o diagnóstico precoce, terapias especializadas e acompanhamento contínuo. No campo educacional, a inclusão escolar e as adaptações pedagógicas são cruciais para o aprendizado e a socialização. Já no mercado de trabalho, é fundamental oferecer oportunidades adaptadas e capacitação profissional para garantir a plena inserção desses indivíduos. Além disso, a assistência social desempenha um papel importante ao oferecer apoio e benefícios às famílias, garantindo que tenham acesso aos recursos necessários para uma melhor qualidade de vida.

A conscientização e o apoio à pessoa com TEA são fundamentais para garantir um futuro mais inclusivo, proporcionando o desenvolvimento saudável e autônomo de indivíduos com autismo. A intervenção precoce, combinada com o apoio de uma rede de profissionais e o suporte familiar, é a chave para promover a inclusão social e a qualidade de vida.


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