​Fim da Colher de Pau: Foco de Contaminação por Fungos e Bactérias, Utensílio Deve Sair das Cozinhas Brasileiras

  • 02/04/2025
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​Fim da Colher de Pau: Foco de Contaminação por Fungos e Bactérias, Utensílio Deve Sair das Cozinhas Brasileiras

A porosidade da madeira favorece a proliferação de microrganismos resistentes à limpeza convencional, alerta nutricionista do CEUB

As tradicionais colheres de madeira, presentes em muitas cozinhas brasileiras, estão sendo cada vez mais criticadas por especialistas devido ao risco de contaminação por fungos e bactérias. Embora sejam proibidas pela Anvisa em estabelecimentos comerciais, elas ainda são comuns em muitas casas. Para Maria Cláudia da Silva, professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB), o uso desse utensílio deve ser evitado no ambiente doméstico devido ao seu alto potencial de contaminação.

De acordo com a especialista, a madeira, devido à sua porosidade, retém umidade e acumula resíduos alimentares nos seus poros. Isso cria um ambiente propício ao desenvolvimento de microrganismos, como bactérias e fungos. A estrutura da madeira também dificulta uma limpeza completa, o que favorece a formação de biofilmes — colônias de bactérias que se fixam na superfície e resistem aos métodos convencionais de higienização.

“Essas colônias representam um risco significativo à saúde, pois podem facilitar a contaminação cruzada, onde microrganismos presentes na colher contaminam outros alimentos que até então estavam livres de qualquer risco. Esse processo pode ocorrer tanto pelo contato direto com as colheres quanto pelas mãos ou superfícies onde o utensílio foi apoiado”, explica Maria Cláudia.

Pesquisas científicas revelam que a manipulação de alimentos em superfícies contaminadas está entre as principais causas de surtos de doenças transmitidas por alimentos. Por isso, normas sanitárias que regem cozinhas industriais e restaurantes proíbem o uso de utensílios de madeira no preparo das refeições.

Além da contaminação biológica, a integridade física das colheres de madeira também é motivo de preocupação. Com o tempo, o material se desgasta, podendo soltar fragmentos que, se ingeridos acidentalmente, podem causar lesões ou perfurações.

Substituição dos Utensílios

A nutricionista recomenda que, ao escolher utensílios de cozinha, se opte por colheres de metal ou plástico apropriados para uso culinário. Esses materiais são menos porosos e, portanto, mais eficazes na limpeza e desinfecção, não absorvendo resíduos e mantendo sua estrutura intacta.

Maria Cláudia também destaca que a higienização de utensílios deve seguir duas etapas: limpeza, que envolve a remoção de sujeiras visíveis com água e detergente neutro, e desinfecção, que visa reduzir a carga microbiana na superfície, eliminando bactérias, vírus e fungos.

A professora do CEUB alerta ainda que, sempre que uma colher de madeira apresentar rachaduras, fragmentos soltos ou manchas de mofo, ela deve ser descartada imediatamente. “Colheres danificadas não devem ser reutilizadas, pois o risco de contaminação aumenta consideravelmente. A substituição por materiais mais seguros é a melhor alternativa”, conclui.

Sobre o CEUB

O Centro Universitário de Brasília (CEUB) é uma instituição de ensino superior reconhecida pela excelência em cursos de graduação e pós-graduação, além de ser referência em pesquisas nas áreas de saúde e nutrição.


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