Falta de vacinação em cães e gatos abre portas para doenças em animais e humanos
- 01/09/2025
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Médica veterinária alerta sobre os impactos da negligência vacinal no avanço de doenças graves.
Dados da Comissão de Animais de Companhia do Sindan (Comac), divulgados em 2024, relatam que cerca de 85% da população não mantém a imunização dos animais em dia, o que acende um alerta para o risco de surtos de doenças graves, incluindo algumas que podem ser transmitidas aos humanos. “É por meio da vacinação que o sistema imunológico é fortalecido e ajuda a evitar surtos de doenças infecciosas em ambientes com alta circulação de animais, como nos passeios em ruas, parques, praças, clínicas e pet shops”, alerta Lorena Sampaio, médica veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Salvador (UNIFACS).
Para ela, a vacinação é uma das principais formas de proteger cães e gatos contra doenças graves, que podem levar à morte ou deixar sequelas nos pets. Dentre as principais doenças que podem ser evitadas com a vacinação, destacam-se, em cães, a cinomose e parvovirose. Já em gatos, a manutenção do protocolo vacinal adequado pode prevenir a rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e a leucemia viral felina. A médica veterinária ressalta que a vacinação com reforços anuais também é essencial para proteger contra raiva e leptospirose, doenças zoonóticas preocupantes que podem atingir ambas as espécies.
Lorena Sampaio ressalta ainda que, antes de vacinar seu animal de estimação é preciso consultar um médico veterinário para obter orientações personalizadas sobre o esquema de vacinação ideal, considerando idade, estilo de vida e histórico de saúde do animal. “O médico veterinário deve examinar o animal para garantir que ele esteja saudável e apto a receber a vacina, sem febre, vômito, diarreia ou infestação por parasitas”, destaca.
Para cães, destacam-se as vacinas múltiplas (V8, V10 ou V12), uma vacina combinada que protege contra várias doenças, como a cinomose, parvovirose, leptospirose, adenovírus, coronavírus, parainfluenza, entre outras, garantindo que seu cão tenha uma proteção ampla com menos injeções. Há ainda as vacinas contra a gripe canina; contra giárdia, que previne a giardíase, uma doença gastrointestinal que pode afetar cães e humanos; e a vacina antirrábica. Em gatos, as vacinas múltiplas também são fundamentais para garantir a saúde do pet: a vacina tríplice felina (V3), quádrupla (V4) ou quíntupla (V5), além da antirrábica.
A professora da UNIFACS reforça que, com base na idade, no histórico de saúde e no estilo de vida do seu pet, o médico veterinário irá montar o protocolo vacinal adequado. Geralmente, as vacinas são aplicadas por via subcutânea, dependendo do tipo de vacina e da recomendação do profissional. Além de proteger a saúde dos animais, manter o protocolo vacinal do seu pet atualizado também contribui significativamente para a saúde dos tutores e da população em geral, tornando-se uma medida importante para garantia de saúde pública. “As doenças como a raiva e a leptospirose, por exemplo, são zoonoses, ou seja, doenças que podem ser transmitidas dos animais para os seres humanos e vice-versa. Desta forma, ao vacinar seus animais, você cria uma barreira de proteção contra essas doenças, diminuindo o risco de contágio para humanos e outros animais”, reforça a médica veterinária.
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