Entre os dias 29 de agosto e 30 de novembro, a CAIXA Cultural Salvador apresenta o ARTELLIGENT – Festival Internacional de Arte e Inteligência Artificial. A programação conta com debates, experiências imersivas, visitas guiadas e mesas-redondas. Com obras de artistas nacionais e internacionais, este será o primeiro evento no Brasil inteiramente dedicado à interseção entre arte e Inteligência Artificial (IA).

A abertura acontecerá no dia 29 de agosto (sexta-feira), com palestra inaugural com Cleomar Rocha, artista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG). No dia 30 (sábado), serão realizadas mesas de debate (às 14h e às 16h), oficina (às 9h) e visita guiada com curadores (às 18h). O evento se estrutura sobre o tripé arte-ciência-educação, reunindo artistas, pesquisadores e pensadores de diferentes países e áreas do conhecimento. A proposta vai além da contemplação visual. O Artelligent convida o público a vivenciar experiências sensoriais e estéticas, mediadas por tecnologias emergentes, além de levantar discussões de como a IA pode ser mais inclusiva e usada para dar voz a comunidades marginalizadas.

“Salvador, com sua história de resistência e sua forte cultura afro-brasileira, oferece um ponto de vista único para explorar os dilemas éticos, sociais e criativos da IA. A cidade eleva o Artelligent a um nível de relevância que vai além de uma simples mostra de arte, transformando-o em um debate cultural e tecnológico profundo sobre o futuro da criatividade”, afirma Micaelle Lages, coordenadora geral e cofundadora do projeto. O Artelligent é um marco inédito no cenário cultural brasileiro. Com curadoria de Francisco Barretto e Marília Pasculli, a exposição terá 94 dias de visitação, com foco exclusivo na produção artística mediada por IA. Foram recebidas 85 obras de 10 países – incluindo Alemanha, China, EUA, Emirados Árabes, Israel e Brasil – em chamada pública internacional.

As 29 produções selecionadas exploram diferentes linguagens, como instalações audiovisuais, performances, esculturas digitais, literatura algorítmica, música generativa e experiências interativas que se transformam em tempo real conforme a presença do público. Além de utilizarem a inteligência artificial como ferramenta, os trabalhos propõem refletir sobre: como pensar com máquinas? Como criar com algoritmos? O que é arte em tempos de automação criativa? Em meio às obras, temas como ancestralidade afro diaspórica, identidade queer, vigilância digital, colapso climático e mitologias tecnológicas ganham novas camadas de leitura e provocação estética. "A presença do Artelligent em Salvador amplia também o diálogo sobre como a IA pode preservar, reinventar e democratizar o patrimônio cultural, especialmente em contextos historicamente marginalizados”, afirma o curador Francisco Barretto.