​IC Encontro de Artes acontece em Salvador, Candeias e Madre de Deus

  • 13/08/2025
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​IC Encontro de Artes acontece em Salvador, Candeias e Madre de Deus

Com o lema “Festa no Front” o festival promete agitar em Salvador, Candeias e Madre de Deus. Foto de divulgação.


Entre os dias 20 e 31 de agosto, a 17ª edição do IC Encontro de Artes promove variadas atividades gratuitas em Salvador, Candeias e Madre de Deus. Neste ano, o festival multilinguagem é de “Festa no Front” e apresenta artistas e trabalhos que pensam os sentidos da festa, que aparece como rito, celebração, desvio, crítica ou como território onde o corpo transborda sua função social e inventa outras formas de presença.

Na mostra artística em Salvador, o público poderá conferir de graça a apresentação da IGBADU – Orquestra de Berimbaus de Mulheres (BA), no dia 27 (quarta-feira), às 20h, na área externa do Teatro Experimental (Escola de Dança da UFBA). O coletivo é formado por capoeiristas que têm em comum o reconhecimento sobre a importância do berimbau em suas formações, rompendo barreiras impostas às mulheres de gerações anteriores.

No dia 29 (sexta-feira), às 17h, o IC vai para a rua com “DEBANDADA”, do Debonde (RJ), que se une a artistas da Bahia do Grupo UZARTE e da Escola de Dança da Funceb para esta apresentação, que ocupa o Terreiro de Jesus (Pelourinho). Uma intervenção urbana itinerante que atravessa e é atravessada pela rua, num movimento estrondoso no qual artistas da dança passam, arrastam, sustentam, rabiscam e ocupam o espaço urbano, realocando as conotações estigmatizadas que a rua e os seus corpos carregam.

Ainda na sexta-feira, a partir das 20h, a Casa Preta Espaço de Cultura se abre para o “Mini Ball” da House of Mamba Negra (BR), coletivo artístico Ballroom nascido em 2019, com atuação em várias partes do país, que deseja colocar o corpo como potência de criação e garantir a continuidade de narrativas insurgentes. Nessa noite, o grupo reúne a comunidade Ballroom de Salvador em uma celebração da vida de corpos dissidentes. A competição terá quatro categorias – beleza, estética, moda e performance –, com prêmios em dinheiro.

E o encerramento do IC17, no domingo, 31 de agosto, bota a “Festa no Front” em seu solo certeiro: o cortejo nas ruas. O Bloco De Hoje a Oito (BA) anuncia que “Hoje é dia de retomada”, no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, da Cruz do Pascoal até o bar Oliveiras. Fundado em 2011 a partir de um movimento independente, o DHJA8 consolidou-se como uma expressão de autenticidade e criatividade no carnaval de rua em Salvador. Reúne artistas e amantes do samba em torno de um projeto coletivo que valoriza a autonomia, a música autoral e a gratuidade do acesso à folia.

INTERCÂMBIO E BATE-PAPOS – Trocas e reflexões também estão na agenda gratuita. No “Intercâmbio artHIVismos”, o dramaturgo, escritor, pesquisador e criador em teatro e performance Szymon Adamczak (POL/HOL) explora múltiplas perspectivas sobre a questão do HIV na criação de performance, refletindo sobre as noções de transformação, devir e reumanização – ideias que o inspiraram a se engajar com as formas como a cultura contemporânea aborda o vírus, a pandemia recente e suas histórias passadas, presentes e futuras. Os encontros serão nos dias 27 e 28 de agosto, das 9h às 12h, na Casa Arte Dá Trabalho. São 10 vagas, com inscrições pelo site www.icencontrodeartes.com.br.

Três bate-papos, de 28 a 30 de agosto, sempre às 15h, também acontecem na Casa Arte Dá Trabalho. No primeiro, “Corporificando Dramaturgias Promíscuas”, Szymon Adamczak (POL/HOL) retorna para uma conversa sobre como a dramaturgia e o feedback podem se tornar práticas eticamente orientadas para apoiar e fortalecer outras pessoas em seus processos de transformação – nas artes e para além delas.

Os outros dois bate-papos serão espaços de conversa entre artistas, pesquisadoras, equipe curatorial e público, a partir das obras da programação do IC. A artista Monica Santana (BA) participa de ambos com um gesto performativo de criação em tempo presente, elaborando um pensamento visual por meio da técnica da facilitação gráfica.

No dia 29, em “Qual a festa do seu front?”, o convite é para pensar quais celebrações habitam os fronts das cenas que compomos. Como a alegria alimenta o enfrentamento? Onde está a vitalidade no risco, na ira política, na resistência que dança? Quem tem direito à festa? Participam a coletivA ocupação (SP), Davi Pontes e Wallace Ferreira (RJ), Juliana Linhares (RN) e Pavilhão da Magnólia (CE), além da pesquisadora convidada Rita Aquino (BA).

No dia 30, em “Qual o front da sua festa?”, estarão artistas de obras que trazem a festa como solo criativo e político. No âmago dessas obras, há urgências que não se deixam adiar: a festa é também denúncia, grito, ritual e continuação. Como a festa, como força dramatúrgica e estética, pode pulsionar certos fronts de luta na cena contemporânea? Participam a Cia Dançurbana (MS), o DAN Território de Criação (BA) e o Debonde (RJ), junto com a pesquisadora convidada Lu Paixão (BA).

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